quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Redução ao essencial

Resvalamos, sistematicamente, para a auto-flagelação do país culpabilizando-nos, inclusivamente, dos pecados que não cometemos.
Vem isto a propósito do, interessantíssimo, debate ocorrido, ontem, em torno do livro "Continuar a tentar pensar", da jornalista São José Almeida, focando alguns dos aspectos preocupantes do mundo de hoje, como o jornalismo "amordaçado" que grassam por aí, a enormidade das desigualdades sociais que aumentam no planeta, a dificuldade das várias minoria, que não conseguem aceitação, a precariedade laboral flagelo dos nossos dias, etc., etc.
Claro está que, como é recorrente, o discurso, da plateia, acabou por descair para: Portugal isto, Portugal aquilo; como se tudo que está a acontecer, no planeta, fosse integral culpa deste pequeníssimo espaço paroquial.
Portugal não é, infelizmente para nós, o "El dorado", mas em nada ajuda a sistematização do discurso dialéctico, de cariz negativista, quando a leitura tem que ser muito mais abrangente e de matriz global, deixando para o nosso espaço de debate egocêntrico, isso sim, a análise e propostas de resolução dos nossos reais problemas, mas só aqueles passíveis de serem resolvidos por nós, e só por nós, uma vez que, efectivamente, somos culpados.
Objectivemos, definitivamente, só os problemas que criamos; porque, infelizmente outros tratam de nos fazer pagar por aqueles para os quais nada contribuímos e que parecem, os olhos da maioria, perfeitamente legitimados.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Poucos saberão...

Segundo dados conhecidos, a primeira vez que um país se recusou a pagar a dívida pública foi precisamente Portugal e remonta a 1834, quando a rainha D.a Maria II se recusou pagar a dívida pública contraída por D. Miguel.
Foi a primeira vez que um monarca, a nível mundial (ao que se sabe), fez reconhecer que quem empresta tem conhecimento, real, a quem empresta, e tem de assumir essa condição, não podendo querer que a dívida seja reconhecida por quem não se revê nela.
Efectivamente Portugal acabou por pagar, não nas condições estabelecidas inicialmente pelos credores, mas sim, de uma forma muito vantajosa para o país.
É só uma ligeira informação, nada mais...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Juros sobre a dívida pública refletem o momento

Engraçado, ou talvez não! Portugal acabou por pagar juros de financiamento da dívida pública mais elevados, depois da mudança política que garantia, segundo P. C., mais confiança aos mercados do que o governo anterior!!!
Pasme-se, ou talvez não! A Itália acaba de pagar, hoje, o maior juro (mais do que Portugal) na emissão de dívida pública, mesmo depois de ter mudado, também, de governo!!!
Afinal não chega esta mudança, é preciso mais qualquer coisa para os financiadores! Penso que não serão rebuçados de mentol... digo eu com os nervos!!!

domingo, 27 de novembro de 2011

MOMENTO SOCIAL: forçar a análise

Finalizou, ontem, o Seminário Internacional "Ciências Sociais, Conhecimento e Responsabilidade social".
Não se pode dizer que se esgotou, completamente, a análise do "momento social" - tocaram-se variados pontos; nem, tão pouco, se ficou a saber se germinará a, pequeníssima, semente que deu origem ao Seminário, uma vez que isso é fazer futurologia - ciência para a qual não estamos habilitados.
Tudo pode germinar, ou definhar, dependendo de variados factores! Mas a ideia que se acentuou foi não baixar os braços, antes pelo contrário, e continuar, usando as ferramentas próprias dos cientistas sociais e a qualidade que a ética, profissional, os obriga, a trabalhar em prol de um Portugal mais justo e melhor compreendido, nos seus múltiplos problemas, tentando contrariar a simplicidade, permanente, de explicar as acções dos principais actores, pelo senso comum, e o legar de culpas, para terceiros, como se, cada um de nós, não fossemos, também, parte integrante desta construção, escamoteando os verdadeiros culpados.
É verdade que existem lógicas muito profundas para explicar, muito bem, como se construíram estas mentalidades e práticas, mas ficam, normalmente, nos seus casulos. O problema é que, bem ou mal, este é o nosso país e, se não devemos calar o passado (principalmente os erros), é tempo de, quase todos, se preocuparem em construir o futuro (alguns estão dispensados - não queremos que se preocupem...), tomando consciência das realidades e alterando o discurso egocêntrico, para um mais lato e verdadeiro, tirando a cabeça de baixo da areia, porque esta vida não é dos outros, é mesmo a nossa e ao construirmos um país melhor, contribuiremos para um mundo melhor...