quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Redução ao essencial

Resvalamos, sistematicamente, para a auto-flagelação do país culpabilizando-nos, inclusivamente, dos pecados que não cometemos.
Vem isto a propósito do, interessantíssimo, debate ocorrido, ontem, em torno do livro "Continuar a tentar pensar", da jornalista São José Almeida, focando alguns dos aspectos preocupantes do mundo de hoje, como o jornalismo "amordaçado" que grassam por aí, a enormidade das desigualdades sociais que aumentam no planeta, a dificuldade das várias minoria, que não conseguem aceitação, a precariedade laboral flagelo dos nossos dias, etc., etc.
Claro está que, como é recorrente, o discurso, da plateia, acabou por descair para: Portugal isto, Portugal aquilo; como se tudo que está a acontecer, no planeta, fosse integral culpa deste pequeníssimo espaço paroquial.
Portugal não é, infelizmente para nós, o "El dorado", mas em nada ajuda a sistematização do discurso dialéctico, de cariz negativista, quando a leitura tem que ser muito mais abrangente e de matriz global, deixando para o nosso espaço de debate egocêntrico, isso sim, a análise e propostas de resolução dos nossos reais problemas, mas só aqueles passíveis de serem resolvidos por nós, e só por nós, uma vez que, efectivamente, somos culpados.
Objectivemos, definitivamente, só os problemas que criamos; porque, infelizmente outros tratam de nos fazer pagar por aqueles para os quais nada contribuímos e que parecem, os olhos da maioria, perfeitamente legitimados.